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segunda-feira, 19 de março de 2012

"Ao invés de" ou "Em vez de"?

Sei que estou ausente aqui do Blog há bastante tempo, mas hoje voltei com este tema que é uma dúvida quase geral.
As duas formas estão corretas, cada uma com seu sentido.
Vejamos o esclarecimento:


 
"Ao invés de"

Significa "ao contrário de" e usa-se quando se colocam em oposição idéias contrárias.
Exemplos:
"Ao invés de economizar, Gilda gastou todo o dinheiro" (economizar e gastou expressam a ideia de contrariedade).
"Teria sido melhor se Mário, ao invés de falar, ficasse quieto" (falar e quieto também expressam ideias opostas).


"Em vez de"

Quer dizer "no lugar de" e usa-se tanto no primeiro caso como quando as idéias não são contrárias, por exemplo:
"Manifeste-se, em vez de se omitir" (manifeste-se e se omitir são opostos).
"Por que você não usa a blusa amarela, em vez dessa (de+essa) feiosa aí?" (amarela e feiosa não são opostos, por isso neste caso é cabível somente "em vez de").


Assim, é incorreto dizer-se "Ao invés de ir à padaria, foi ao supermercado", pois padaria não encerra idéia contrária à de supermercado.

Abraços!
Até o próximo post!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

VERBOS ABUNDANTES - "Ele tinha CHEGO ou CHEGADO?"

Pessoal, eu já postei anteriormente aqui no Blog sobre os verbos abundantes, mas como seu uso indevido é muito comum, estou postando novamente.

Primeiramente, vamos recordar o que são os verbos abundantes:

Quando um verbo possui dois particípios, como por exemplo o verbo ENTREGAR (entregado, entregue), ele é chamado de abundante. Aí começa a confusão sobre quando usar determinada forma. Mas é mais simples do que imaginamos, basta lembrar uma regrinha bem básica:

a) Com o verbo auxiliar TER (ou HAVER), devemos usar a forma regular (com terminação “ado” ou “ido”).

b) Com o verbo auxiliar SER (ou ESTAR), devemos usar a forma irregular.

Vejamos o exemplo:

Ele TINHA entregue os documentos. Erradíssimo
Ele TINHA entregado os documentos. Correto!

Fiz uma pequena listinha de alguns verbos abundantes, para ajudar:

TER OU HAVER

ACEITADO
ACENDIDO
ELEGIDO
ENTREGADO
EXPULSADO
EXTINGUIDO
GANHADO
GASTADO
IMERGIDO
IMPRIMIDO
ISENTADO
MATADO
MORRIDO
PAGADO
PRENDIDO
SALVADO
SUBMERGIDO
SUSPENDIDO

SER OU ESTAR

ACEITO
ACESO
ELEITO
ENTREGUE
EXPULSO
EXTINTO
GANHO
GASTO
IMERSO
IMPRESSO
ISENTO
MORTO
MORTO
PAGO
PRESO
SALVO
SUBMERSO
SUSPENSO

Passoal, agora ATENÇÃO:
Os verbos TRAZER, CHEGAR e EMPREGAR não são abundantes. Eles apresentam apenas um particípio: TRAZIDO, CHEGADO e EMPREGADO.

Portanto, as construções a seguir não existem, mas vemos muitas pessoas falarem:

“Isso foi trago por mim”;
“Ele tinha chego atrasado”;
“O dinheiro foi muito bem empregue na construção deste campo”.

O correto é:

“Isso foi TRAZIDO por mim”;
“Ele tinha CHEGADO atrasado”:
“O dinheiro foi muito bem EMPREGADO na construção deste campo”.


Espero que a explicação TENHA FICADO simples!
Abraços!
Até o próximo post!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Crase - Mocinha ou Bandida?

A crase é um verdadeiro bicho papão para muita gente, não é?
Mas muitos deixariam de vê-la dessa forma se pensassem nela como uma ferramenta para evitar ambiguidade nas frases.

A crase (`) no a tem duas aplicações distintas:


1) Sinalizar uma fusão (a crase):
Indica que o a vale por dois (à = a+a):
"Dilma Rousseff compareceu às CPIs".

2) Evitar ambiguidade:
Sinaliza a preposição a em expressões, indicando que não se deve confundi-la com o artigo a:
"Dilma Rousseff depôs à CPI".
Sem a crase, a frase hipotética se revela ambígua:
Dilma destituiu a CPI ou apenas deu depoimento à comissão?
O sinal de crase tira a dúvida.

Ambiguidade

Muitas frases em que a preposição indica uma circunstância (instrumento, meio etc.), em sequências do tipo "preposição a + substantivo feminino singular", podem dificultar a interpretação por parte de um leitor ou ouvinte. Na maioria dos casos, essa ambiguidade é desfeita pela crase.
Exemplos de casos em que a crase retira a dúvida de sentido de uma frase:
1- Cheirar a gasolina (aspirar) X Cheirar à gasolina (feder a).



2- A moça correu as cortinas (percorrer) X A moça correu às cortinas. (seguiu em direção a).

3- O homem pinta a máquina (usa pincel nela) X O homem pinta à máquina (usa uma máquina para pintar).



4- Referia-se a outra mulher (conversava com ela) X Referia-se à outra mulher (falava dela).

Entretanto, a falta de clareza, por vezes, ocorre na fala, não tanto na escrita. Exemplos de dúvida fonética:


- "A noite chegou."
Na linguagem falada há ambiguidade:
Alguém chegou à noite, ao escurecer? Ou foi a noite que chegou no fim da tarde?
Como saber o sentido de uma frase como essa, se não exisitisse a crase?



- "Ela cheira a rosa."
A afirmação será ambígua, se oral. Se escrita, terá sentidos diferentes:
"Ela cheira a rosa" significa que a dama aspira o perfume da rosa. Já "ela cheira à rosa" indica que a princesa tem o perfume da flor.
Na escrita, com a crase, nem é preciso explicar ou entender o contexto.

Sem a crase, construções como essas serão sempre ambíguas.
Em expressões com palavras femininas, ela é utilizada por tradição: "às vezes", "à moda de", "à espera", "à medida que", "à custa de", "à prova de" etc.

Mesmo a regra da crase como índice de contração com "distância" tem sido interpretada pelos usuários do idioma como dependente do contexto.

Pela regra tradicional, não há acento, se a "distância" estiver indeterminada:

"Ficar a distância". "Seguiu-a a distância". "Manteve-se a distância segura".

Se a "distância" estiver definida, determinada numericamente, há acento:
"Ficou à distância de dois metros". "Viu o corpo à distância de três passos".

Importante: NUNCA pensamos em crase com palavras masculinas ou verbos!
Talvez esse post tenha descomplicado um pouquinho... espero que sim!  =D

De Onde Veio Esse Passarinho Verde?


Certamente todos nós já ouvimos, ao menos uma vez na vida, alguém dizer "Viu um passarinho verde?". Mas o que significa e como surgiu essa expressão?

A conhecida expressão "ver passarinho verde" lembra aquelas pessoas que, sem nenhum motivo aparente, demonstram exagerada alegria. De fato, verde é a cor da esperança - mas, e daí? O que o passarinho tem a ver com isso?

A ave é o periquito, que antigamente era muito usado para carregar em seu bico mensagens entre casais de apaixonados. Assim, avistar o delicado animalzinho seria, por assim dizer, equivalente a localizar o portador de segredos amorosos; ou, ainda, a visão daquele que alimenta nossa deliciosa expectativa de boas notícias em relação ao ser amado.

domingo, 19 de junho de 2011

10 Enganos Frequentes

Pessoal, fiquei mais de um mês sem postar nada por aqui, mas hoje voltei com 10 pequenas dicas sobre erros que vemos por aí frequentemente e que devem ser evitados:


1- "Houveram" muitos acidentes.

Haver é invariável:

Houve muitos acidentes.

Havia muitas pessoas.


2- "Existe" muitas esperanças.

Ao contrário de “haver”, “existir” admite normalmente o plural:

Existem muitas esperanças.


3- Entre "eu" e você.

Depois de preposição, usa-se mim:

Entre mim e você.


4- "Há" dez anos "atrás".

Não tomem por base a velha música de Raul Seixas, “Eu nasci há 10 mil anos atrás”! Isso é redundante, galera. "Há" e "atrás" indicam passado na frase, por isso use um ou outro:

Há dez anos.

Dez anos atrás.


5- Preferia ir "do que" ficar.

Prefere-se sempre uma coisa a outra:

Preferia ir a ficar.


6- Quebrou "o" óculos.

Atenção para a concordância no plural:

Os óculos.

Meus óculos.


7- Chegou "em" São Paulo.

Verbos de movimento exigem a, e não em:

Chegou a São Paulo.

Vai amanhã ao cinema.

Levou os filhos ao circo.


8- Ela era "meia" louca.

"Meio", advérbio, não varia:

Meio louca.


9- A questão não tem nada "haver" com você.

A questão, na verdade, não tem nada a ver.


10- Tinha "chego" atrasado.

Após o verbo “ter”, utilize “chegado:

Tinha chegado atrasado.