Trabalho com Revisão de Textos. Para solicitar o serviço ou esclarecer alguma dúvida, vide Contato.
A transmissão de conhecimento é primordial para a evolução da humanidade.

Pesquisar

quinta-feira, 31 de março de 2011

Garçom, um IORGUTE e um pão com MORTANDELA, por favor!

O mundo está repleto de pessoas que adoram inventar palavras. Bacana, eu sempre apoiei a criatividade. Entretanto, algumas são criadas simplesmente na tentativa de dizer outras. E daí, somos atingidos por uma avalanche de palavras que contrariam completamente as NORMAS GRAMATICAIS.
Abaixo estão alguns exemplos mais comuns de palavras criadas a partir de outras, erroneamente:

MORTADELA E MORTANDELA
Se você comeu mortandela pode até não ter uma indigestão, mas cometeu um erro de Português.
O que você come, pura ou com pão, é mortadela.

MENDIGO E MENDINGO
Aquele sujeito deitado na rua não é um mendingo, mas sim um mendigo.

IOGURTE E IORGUTE
Você não pode tomar um iorgute. Não se trata de dieta, é que a palavra simplesmente não existe.
O que se toma é iogurte.

CADARÇO E CARDAÇO
Você amarrou o cardaço do tênis? Impossível!
O certo é cadarço.

ASTERISCO E ASTERÍSTICO
Gente, essa confusão é quase geral! Mas ninguém desenha um asterístico. Essa palavra não existe.
O correto é asterisco.

BENEFICENTE E BENEFICIENTE
Não existe evento beneficiente. Existe evento beneficente.
Lembre-se de BENEFICÊNCIA PORTUGUESA.

SEJA E SEJE
Seja esperto e não use "seje". A conjugação “seje” não existe!

Certamente a maioria dos leitores do Blog já conhecia a forma correta de pronunciar cada uma dessas palavras, mas espero que seja útil para aqueles que ainda faziam confusão com alguma delas.

Rapidinhas Gramaticais

Pessoal, abaixo esclareço, de forma bem simples, algumas dúvidas que muitas pessoas têm em relação à palavras e expressões presentes em nosso cotidiano e que muitas vezes são usadas incorretamente: São elas:

HOUVE E HOUVERAM

O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal, ou seja, não tem sujeito, e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular.
Se você disser que "houveram problemas", você estará, na verdade, com problemas com a língua portuguesa.
O correto é houve problemas.

Atenção: em locuções verbais, o verbo auxiliar também é afetado pela impessoalidade e deve ser flexionado no singular:

Deve haver maneiras de você não esquecer isto!” e não “Devem haver maneiras de você não esquecer isto!”

HOUVE E OUVE

Houve = verbo haver
Ouve = verbo ouvir

Exemplo: Houve aquele problema porque ele nunca ouve o que eu digo!

MENOS E MENAS

Este é um erro inadmissível. "Menos" não concorda com o substantivo, pois é advérbio e não adjetivo.

Não seja uma pessoa menos atenta, portanto nunca diga, por exemplo, que “Hoje tenho menas coisas pra fazer do que ontem”.

MEIO E MEIA

Assim como o "menos", o advérbio "meio" não tem concordância de gênero.
Você não chega em casa meia cansada. Você chega meio cansada.
Deixe a meia para colocar no pé.

EU E MIM
Depois de preposição, use o pronome oblíquo MIM.
Exemplo: Entre mim e ela.

Agora, antes de verbo, o correto é utilizar o EU.
Exemplo: Ele pediu para eu fazer o serviço.

Lembre-se: mim não conjuga verbo, mim não faz nada!

FAZ E FAZEM

O verbo "fazer" indicando tempo é impessoal: Faz dois meses que ele viajou.
Como diz minha professora de Gramática, “os meses não fazem nada”, portanto, nada de sair por aí falando que “fazem dois meses que ele viajou” hein!

MENOR E DE MENOR

Embora "de menor", assim como "de maior" sejam expressões ditas por aí, elas estão erradas sob os olhos da norma culta da Língua Portuguesa.
Se você tem menos de 18 anos, é “menor” e não “de menor”.

ESPIRAL E ASPIRAL

Seu caderno é espiral, não aspiral!

SUANDO E SOANDO
Você não chega do futebol soando, a não ser que tenha se transformado em um sino.
Pessoas suam.
Sinos soam.

UM GRAMA E UMA GRAMA

Se você for à padaria e pedir trezentas gramas de algo, a mocinha do balcão certamente mandará você ir buscar no pasto, pois é lá que encontramos aquele matinho verde.
Grama é masculino e o certo é, portanto, trezentos gramas. De queijo, de pão de queijo ou de sonho, o que preferir. =D

ASCENDER E ACENDER

Ascender significa subir, elevar-se.
Acender significa pôr fogo.
Você acende a fogueira e ascende na vida.

CONSERTO E CONCERTO

Conserto significa reparo.
Concerto significa sessão musical.

Por isso não diga que vai levar sua bicicleta no concerto, pois provavelmente não o deixarão entrar lá com ela.

CUMPRIMENTO E COMPRIMENTO

Cumprimento é o ato de cumprimentar, saudar alguém.
Comprimento é a medida de alguém ou de alguma coisa.

Se você perguntar a alguém , por exemplo, “Qual é o seu cumprimento?” a pessoa certamente lhe estenderá a mão, em vez de dizer que tem 1,70m de altura.

HÁ E A
Na indicação de espaço de tempo, podemos usar tanto quanto A, mas cada um tem seu uso específico:

é usado para representar o passado, um espaço de tempo que já passou.
Ele viajou dois dias.

A é utilizado para representar o futuro, um espaço de tempo que está por vir.
Ele chega daqui a dois dias.

OBS: também é presente do verbo haver:
Há duas maçãs na lancheira.

SOB E SOBRE

Sob = embaixo
A criança está sob o lençol.

Sobre = em cima
O caderno está sobre a mesa.

ONDE E AONDE

Onde indica o lugar em que algo ou alguém está. Indica permanência, e equivale à expressão "em que lugar".

Aonde indica movimento. Equivale à expressão "a que lugar".

Veja: Onde você colocou o mapa que vai ajudá-lo a chegar aonde você quer?

POR QUE, POR QUÊ, PORQUE E PORQUÊ

Por que é usado no início das frases interrogativas.
Por que você está fazendo isso?

Porque é utilizado para respostas, indicando a causa de algo.
Eu fiz isso porque me deu vontade.

Por quê é utilizado no final das frases interrogativas.
Você está fazendo isso por quê?

Porquê é usado como substantivo e deve ser antecedido por artigo. Pode ser substituído por “razão”, “motivo”.
O porquê de eu estar fazendo isso.

VIAJEM E VIAGEM

Viajem vem do verbo viajar: eu viajo, tu viajas, eles viajaram...

Mas viagem é substantivo e deve ser sempre escrito com "g".
Ele me disse que adorou a viagem.

TRÁFEGO E TRÁFICO

Tráfego é a circulação de veículos, o trânsito.
Tráfico é comércio ilícito.

Não troque as bolas, pois essa confusão pode trazer problemas se você disser, por exemplo, “O tráfico estava bom hoje” perto de um policial. =D

A ALFACE x O ALFACE

Pode parecer estranho, mas o certo é a alface.
Alface é um substantivo feminino e não masculino, como a maioria pensa.

Vejam que são erros bobos que cometemos, mas que podem causar grandes confusões!
Até o próximo post!

Cuidado! O "Gerundismo" Está na Área!!!

Estamos enfrentando uma onda tão avassaladora que ganhou até um nome específico: gerundismo.

A maioria de nós, escuta frequentemente frases como "Você pode estar comprando por telefone", "Vou estar lhe retornando...", "Vamos estar construindo" etc. Esta é uma construção viciosa e de um modismo infeliz, mas muitos tentam explicar que a causa desse fenômeno é a imitação da construção inglesa "I will be + gerúndio".

Exemplo: I will be starting (...).

Entretanto, apesar de esta associação até ser inteligente, está errada sob o olhar da forma culta da Língua Portuguesa.
Quando uma teleatendente diz: "O senhor pode estar aguardando na linha, que eu vou estar transferindo sua ligação", ela pensa que está falando bonito.

Porém, ela não entende que "eu vou estar transferindo" é errado e "ela está falando bonito" é certo.

Agora, certamente muitos me perguntarão o porquê. Eu explico:

Há contextos em que a construção ir + estar + gerúndio é perfeitamente correta.
Isso ocorre quando enunciamos uma ação a ser praticada no futuro e que deverá ocorrer simultaneamente a outra ação, também futura.

Exemplo: Amanhã, enquanto você estiver fazendo a prova, eu vou estar viajando para Recife.

Ou seja, são duas ações simultâneas. Enquanto um estiver fazendo a prova, o outro estará viajando. Neste caso o gerúndio foi bem colocado.

Outra forma de empregar o gerúndio corretamente é quando descrevemos uma situação que está acontecendo naquele instante, que está em curso.
Exemplos: Ela está falando bonito. O menino está andando de bicicleta.

Entretanto, o erro se verifica quando construções como "vou estar viajando" são empregadas para substituir o simples futuro do presente. Em lugar de dizer “Amanhã viajarei para Recife”, ou “Amanha vou viajar para Recife”, as pessoas dizem “Amanhã vou estar viajando para Recife”.

O gerundismo é um vício e certamente não será tão fácil corrigi-lo, mas agora que já aprendemos o uso correto de um verbo no gerúndio, passemos a nos policiar em relação a isso.

quarta-feira, 30 de março de 2011

"No Aguardo"... Onde Fica Esse Lugar?

Que o mundo é gigantesco todo mundo sabe. É repleto de lugares fascinantes, inexplorados, e um deles me intriga e eu morro de vontade de conhecer: o famoso AGUARDO! Alguém me diz onde fica esse lugar? Pois quanta gente não só visitou, mas diz estar NO AGUARDO até hoje.
Diversos médicos, advogados, diretores, podem virar pra mim e explicar que "estar no aguardo" significa que você está aguardando alguma coisa. Desculpe, mas se eles estão "no aguardo", eu estou AGUARDANDO que aprendam a forma correta.

"No aguardo" é uma das expressões mais errôneas usadas diariamente por todo mundo, principalmente naquela última frase do email, que pode estar muito bem construído mas é assassinado por este "lugar" que as pessoas costumam visitar frequentemente.

Vamos à forma correta:

Observe a frase: "Fico no aguardo de maiores informações."

Ela pode ser maravilhosamente substituida por: "Fico aguardando maiores informações" ou, ainda, "Fico ao aguardo de maiores informações".

Daí me perguntam:

"Ué, mas eu posso dizer AO AGUARDO e não posso dizer NO AGUARDO? Por quê?"

Para entender, substitua a palavra "aguardo" por "espera":"Fico à espera de maiores informações."
Pois ninguém fica "na espera", portanto, também não podem ficar "no aguardo".

Agora, se alguém insistir em frequentar esse misterioso lugar, me avise, pois estou ansiosa para descobrir onde fica.

"Em Anexo" ???

Gente, resolvi esclarecer aqui no Blog esse caso do anexo / em anexo porque diariamente sou coberta por uma avalanche de emails com a bela frase "segue em anexo blá blá blá". Frase que faz doer os olhos e ouvidos.
Bem, vamos aprender a forma correta de escrevê-la:

Observe as 2 frases a seguir:

1. A foto segue em anexo.

2. A foto segue anexa.

Qual o jeito certo de usar? É bem simples:

Anexo é um adjetivo, portanto, ele deve combinar com o nome ao qual se refere.
Assim, das frases acima, apenas a número 2 está correta, do ponto de vista da norma culta da língua.

Na número 1 é usada a expressão “em anexo” que, apesar de bastante usada, não é da índole portuguesa, já que é formada por uma preposição seguida de um adjetivo. ERRADÍSSIMA!

A número 2 está certa, pois o adjetivo "anexa" concorda com o substantivo "foto".

Mais exemplos de uso correto:

Os documentos seguem anexos.

A nota fiscal remeto anexa.

Pronto!
Fácil né?
Espero ter ajudado!

terça-feira, 29 de março de 2011

100 Curiosidades Sobre a Lingua Portuguesa

1 – Custas só se usa na linguagem jurídica para designar ‘despesas feitas no processo’. Portanto, devemos dizer: ” O filho vive à custa do pai“. No singular.

2 – Não existe a expressão à medida em que . Ou se usa à medida que correspondente a à proporção que, ou se usa na medida em que equivalente a tendo em vista que.

3 – O certo é a meu ver e não ao meu ver.

4 – A princípio significa inicialmente , antes de mais nada. Ex: A princípio, gostaria de dizer que estou bem. Em princípio quer dizer em tese. Ex: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão.


5 – À-toa, com hífen, é um adjetivo e significa “inútil”, “desprezível”. Ex: Esse rapaz é um sujeito à-toa . À toa, sem hífen, é uma locução adverbial e quer dizer “a esmo”, “inutilmente”. Ex: Andava à toa na vida.

6 – Com a conjunção se, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: “Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe…“. Mas podemos dizer: “Caso o veja por aí… “.

7 – Acerca de quer dizer a respeito de. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas há cerca de é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo.

8 – Não esqueça: alface é substantivo feminino. A alface está bem verdinha.

9 – Além pede sempre o hífen: além-mar, além-fronteiras, etc .
10 – Algures é um advérbio de lugar e quer dizer “em algum lugar”. Já alhures significa “em outro lugar”.

11 – Mantenha o timbre fechado do o no plural dessas palavras: almoços, bolsos, estojos, esposos, sogros, polvos, etc .

12 – O certo é alto-falante, e não auto-falante.

13 – O certo é alugam-se casas, e não aluga-se casas. Mas devemos dizer precisa-se de empregados, trata-se de problemas. Observe a presença da preposição (de) após o verbo. É a dica pra não errar. Nota: esta dica precisa ser confirmada.

14 – Depois de ditongo, geralmente se emprega x. Veja: afrouxar, encaixe, feixe, baixa, faixa, frouxo, rouxinol, trouxa, peixe, etc .

15 – Ancião tem três plurais: anciãos, anciães, anciões.

16 – Só use ao invés de para significar ao contrário de, ou seja, com idéia de oposição. Veja: Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao invés de chorar, ela sorriu. Em vez de quer dizer em lugar de . Não tem necessariamente a idéia de oposição. Veja: Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas. (Estudar não é antônimo de brincar).

17 – Ainda se vê e se ouve muito aterrisar em lugar de aterrissar, com dois s. Escreva sempre com o s dobrado.

18 – Não existe preço barato ou preço caro. Só existe preço alto ou baixo. O produto, sim, é que pode ser caro ou barato. Veja: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto.

19 – Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão bem vindo (sem hífen) e até benvindo. As duas estão erradas. Deve-se escrever bem-vindo, sempre com hífen.

20 – Atenção: nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc. O nome fica sempre coladinho. O Sport se tornou tetracampeão no ano 2000. O Náutico foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962.

21 – Veja bem: uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês, ou seja, de 15 em 15 dias. A revista bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses. Percebeu a diferença?

22 – Hoje, tanto se diz boêmia como boemia. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonicidade no ‘mia’.

23 – Cuidado: Eu caibo dentro daquela caixa. A primeira pessoa do presente do indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular.

24 – Preste atenção: o senador Luiz Estevão foi cassado. Mas o leão foi caçado e nunca foi achado. Portanto, cassar (com dois s) quer dizer tornar nulo, sem efeito.

25 – Existem palavras que só devem ser empregadas no plural. Veja: os óculos, as núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, os afazeres, os anais, os arredores, os escombros, as fezes, as hemorróidas, etc .

26 – Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de caráter é caracteres. Então, Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres.

27 – Cartão de crédito e cartão de visita não pedem hífen. Já cartão-postal exige o tracinho.

28 – Catequese se escreve com s, mas catequizar é com z. Esse português…

29 – O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc .

30 – Censo é de recenseamento; senso refere-se a juízo. Veja: O censo deste ano deve ser feito com senso crítico.

31 – Você não bebe a champanhe. Bebe o champanhe. É, portanto, palavra masculina.

32 – Cidadão só tem um plural: cidadãos.

33 – Cincoenta não existe. Escreva sempre cinqüenta.

34 – Ainda tem gente que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao i, como de fosse gratuíto. O certo é gratuito, da mesma forma que pronunciamos intuito, circuito, fortuito, etc.

35 – E ainda tem gente que teima em dizer rúbrica, em vez de rubrica, com a sílaba bri mais forte que as outras. Escreva e diga sempre rubrica.

36 – Ninguém diz eu coloro esse desenho. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do indicativo. A mesma coisa é o verbo abolir. Ninguém é doido de dizer eu abulo. Pra dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito.

37 – Outro verbo danado é computar. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: eu computo, tu computas, ele computa. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos, computais, computam.

38 – Outra vez atenção: os verbos terminados em -uar fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em -e e não em -i. Observe: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava .

39 – A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados em -uir devem ser escritos naqueles tempos com -i, e não com -e. Veja: Ele possui muitos bens. Ela me inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o progresso .

40 – Coser significa costurar. Cozer é que significa cozinhar.

41 – O correto é dizer deputado por São Paulo, senador por Pernambuco, e não deputado de SãoPaulo e senador de Pernambuco.

42 – Descriminar é absolver de crime, inocentar. Discriminar é distinguir, separar. Então dizemos: Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não devemos discriminar os pobres .

43 – Dia a dia (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer todos os dias , dia após dia. Por exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Enquanto que dia-a-dia é um substantivo que significa cotidiano e admite o artigo: O dia-a-dia dessa gente rica deve ser um tédio .

44 – A pronúncia certa é disenteria, e não desinteria.

45 – A palavra dó (pena) é masculina. Portanto, sentimos muito dó daquela moça.

46 – Nas expressões é muito, é pouco, é suficiente, o verbo ser fica sempre no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Ex: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente .

47 – Há duas formas de dizer: é proibido entrada, e é proibida a entrada. Observe a presença do artigo a na segunda locução.

48 – Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: televisão em cores, e não a cores.

49 – Cuidado: emergir é vir à tona , vir à superfície. Por exemplo: O monstro emergiu do lago. Mas imergir é o contrário: é mergulhar, afundar. Veja o exemplo: O navio imergiu em alto-mar.

50 – A confusão é grande, mas se admitem as três grafias: enfarte, enfarto e infarto.

51 – Outra dúvida: nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, a minha estada em São Paulo durou dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia . Portanto, estadapara permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos.

52 – E não esqueça: exceção é com ç, mas excesso é com dois s.

53 – Lembra-se dos verbos defectivos? Lá vai mais um: falir. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis . Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales… Horrível, né?

54 – Todas as expressões adverbiais formadas por palavras repetidas dispensam a crase: frente a frente , cara a cara, gota a gota, face a face, etc.

55 – Outra vez, tome cuidado. Quando for ao supermercado, peça duzentos ou trezentos gramas de presunto, e não duzentas ou trezentas .. Quando significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. Se for a relva, aí sim, é feminino: não pise a grama; a grama está bem crescida.

56 – É freqüente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: Há muitos anos atrás… Talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, há já dá idéia de passado. Ou se diz simplesmente Há muito anos. ou Muitos anos atrás. Escolha. Mas não junte o há com atrás.

57 – Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em -n recebem acento gráfico, mas as terminadas em -ns não recebem: hífen, hifens; pólen, polens.

58 – Atenção: Ele interveio na discórdia, e não interviu. Afinal, o verbo é intervir, derivado de vir.

59 – Item não leva acento. Nem seu plural itens.

60 – O certo é a libido, feminino. Devo dizer: Minha libido hoje não tá legal .

61 – Todo mundo gosta de dizer magérrima, magríssima, mas o superlativo de magro é macérrimo.

62 – Antes de particípios não devemos usar melhor nem pior . Portanto, devemos dizer: os alunos mais bem preparados são os do 2º grau. E nunca: os alunos melhor preparados ….

63 – Essa história de mal com l, e mau com u, até já cansou. É só decorar: Mal é antônimo de bem, e mau é antônimo de bom. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.

64 – Pronuncie máximo, como se houvesse dois s no lugar do x (mássimo).

65 – Toda vez que disser “ É meio-dia e meio” você estará errando. O certo é: meio-dia e meia. Ou seja, meio dia e meia hora .

66 – Não tenho nada a ver com isso, e não haver com isso .

67 – Nem um nem outro leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu .

68 – Toda vez que usar o verbo gostar tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição de. Ex: a coisa de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais gosto é minha mãe.

69 – Lembre-se: pára, com acento, é do verbo parar, e para , sem acento, é a preposição. Portanto:Ele não pára de repetir para o amigo que tem um carro novo.

70 – E tem mais: pelo , sem acento, é preposição (contração da preposição por com o artigo o) epêlo, com acento, é o cabelo.

71 – E quer mais? Pêra, a fruta, leva acento, só para diferenciar de uma antiga preposição também chamada pera. Já o plural dispensa o acento: peras. Dá pra entender? O jeito é decorar.

72 – Ainda tem mais uma palavra com acento diferencial: pôde, terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder. É para diferenciar de pode, a forma do presente. Então dizemos:Ele até que pôde fazer tudo aquilo, mas hoje não pode mais. Percebeu a diferença?

73 – Pôr só leva acento quando é verbo: Quero pôr tudo no seu devido lugar. Mas se for preposição, não leva acento: Por qualquer coisa, ele se contenta.

74 – Fique atento: nunca diga nem escreva 1 de abril, 1 de maio. Mas sempre: primeiro de abril, primeiro de maio. Prevalece o ordinal.

75 – É chato, pedante ou parece ser errado dizer ‘quando eu vir Maria, darei o recado a ela’ . Mas esse é o emprego correto do verbo ver no futuro do subjuntivo. Se eu vir, quando eu vir . Mas quando é o verbo vir que está na jogada, a coisa muda: quando eu vier, se eu vier.

76 – Só use quantia para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar quantidade. Veja: Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a quantidade de animais no meio da pista.

77 – O prefixo recém sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser pronunciado como oxítona: recém-chegado de Londres.

78 – Não esqueça: retificar é corrigir , e ratificar é comprovar, reafirmar : ‘Ratifico o que disse e retifico meus erros‘.

79 – Quando disser ruim, diga como se a sílaba mais forte fosse -im. Não tem cabimento outra pronúncia.

80 – Fique atento: só empregamos São antes de nomes que começam por consoante: São Mateus, São João, São Tomé, etc. Se o nome começa por vogal ou h, empregamos Santo: Santo Antonio, Santo Henrique, etc.

81 – E lembre-se: Seção, com ç, quer dizer parte de um todo, departamento: a seção eleitoral, a seção de esportes . Já sessão, com dois s, significa intervalo de tempo que dura uma reunião ,uma assembléia, um acontecimento qualquer: A sessão do cinema demorou muito tempo. A sessão espírita terminou.

82 – Não confunda: senão, juntinho, quer dizer caso contrário. E se não, separado, equivale a se por acaso não. Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu vou embora. Percebeu a diferença?
83 – Tire esta dúvida: quando só é adjetivo equivale a sozinho e varia em número,ou seja, pode ir para o plural. Mas só como advérbio, quer dizer somente. Aí não se mexe. Veja: Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo os trará de volta.

84 – É comum vermos no rádio e na TV o entrevistado dizer: “O que nos falta são subzídios “. Quer dizer, fala com a pronúncia do z. Mas não é: pronuncia-se ss. Portanto, escreva subsídio e pronunciesubssídio.

85 – Taxar quer dizer tributar, fixar preço. Tachar é atribuir defeito, acusar.

86 – E nunca diga: Eu torço para o Flamengo . Quem torce de verdade, torce pelo Flamengo.

87 – Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições . Mais exemplos: 10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível.

88 – Um dos que deixa dúvidas. Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão. Mas pela norma culta, devemos pluralizar: Eu sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio .

89 – Veado se escreve com e, e não com i.

90 – Esse português da gente tem cada uma: tem viagem com g e viajem com j. Tire a dúvida: viagem é o substantivo: A viagem foi boa. Viajem é o verbo: Caso vocês viajem, levem tudo.

91 – O prefixo vice sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc.

92 – Geralmente, se usa o x depois da sílaba inicial -en: enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc . Mas cuidado com as exceções: encher e seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher, etc ) e quando -en se junta a um radical iniciado por ch:encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), etc.

93 – Não adianta teimar: chuchu se escreve mesmo é com ch.

94 – Ciclo vicioso não existe. O correto é círculo vicioso.

95 – E qual a diferença entre achar e encontrar? Use achar para definir aquilo que se procura, e encontrar para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à pessoa. Veja: Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou uma corda debaixo da cama. Jorge achou o gato dele que fugiu na semana passada.

96 – Adentro é uma palavra só: Meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite adentro.

97 – Não existe adiar para depois . Isso é redundante, porque adiar só pode ser para depois.

98 – Afim (juntinho) tem relação com afinidade: gostos afins, palavras afins. A fim de (separado) equivale a para: Veio logo a fim de me ver bem vestido.

99 – Pode parecer meio estranho, mas pode conjugar o verbo aguar normalmente: eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam.

100 – (Finalmente, chegamos ao centésimo item). E, por falar nisso, centigrama é palavra masculina:dois centigramas.