Trabalho com Revisão de Textos. Para solicitar o serviço ou esclarecer alguma dúvida, vide Contato.
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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

VERBOS ABUNDANTES - "Ele tinha CHEGO ou CHEGADO?"

Pessoal, eu já postei anteriormente aqui no Blog sobre os verbos abundantes, mas como seu uso indevido é muito comum, estou postando novamente.

Primeiramente, vamos recordar o que são os verbos abundantes:

Quando um verbo possui dois particípios, como por exemplo o verbo ENTREGAR (entregado, entregue), ele é chamado de abundante. Aí começa a confusão sobre quando usar determinada forma. Mas é mais simples do que imaginamos, basta lembrar uma regrinha bem básica:

a) Com o verbo auxiliar TER (ou HAVER), devemos usar a forma regular (com terminação “ado” ou “ido”).

b) Com o verbo auxiliar SER (ou ESTAR), devemos usar a forma irregular.

Vejamos o exemplo:

Ele TINHA entregue os documentos. Erradíssimo
Ele TINHA entregado os documentos. Correto!

Fiz uma pequena listinha de alguns verbos abundantes, para ajudar:

TER OU HAVER

ACEITADO
ACENDIDO
ELEGIDO
ENTREGADO
EXPULSADO
EXTINGUIDO
GANHADO
GASTADO
IMERGIDO
IMPRIMIDO
ISENTADO
MATADO
MORRIDO
PAGADO
PRENDIDO
SALVADO
SUBMERGIDO
SUSPENDIDO

SER OU ESTAR

ACEITO
ACESO
ELEITO
ENTREGUE
EXPULSO
EXTINTO
GANHO
GASTO
IMERSO
IMPRESSO
ISENTO
MORTO
MORTO
PAGO
PRESO
SALVO
SUBMERSO
SUSPENSO

Passoal, agora ATENÇÃO:
Os verbos TRAZER, CHEGAR e EMPREGAR não são abundantes. Eles apresentam apenas um particípio: TRAZIDO, CHEGADO e EMPREGADO.

Portanto, as construções a seguir não existem, mas vemos muitas pessoas falarem:

“Isso foi trago por mim”;
“Ele tinha chego atrasado”;
“O dinheiro foi muito bem empregue na construção deste campo”.

O correto é:

“Isso foi TRAZIDO por mim”;
“Ele tinha CHEGADO atrasado”:
“O dinheiro foi muito bem EMPREGADO na construção deste campo”.


Espero que a explicação TENHA FICADO simples!
Abraços!
Até o próximo post!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Crase - Mocinha ou Bandida?

A crase é um verdadeiro bicho papão para muita gente, não é?
Mas muitos deixariam de vê-la dessa forma se pensassem nela como uma ferramenta para evitar ambiguidade nas frases.

A crase (`) no a tem duas aplicações distintas:


1) Sinalizar uma fusão (a crase):
Indica que o a vale por dois (à = a+a):
"Dilma Rousseff compareceu às CPIs".

2) Evitar ambiguidade:
Sinaliza a preposição a em expressões, indicando que não se deve confundi-la com o artigo a:
"Dilma Rousseff depôs à CPI".
Sem a crase, a frase hipotética se revela ambígua:
Dilma destituiu a CPI ou apenas deu depoimento à comissão?
O sinal de crase tira a dúvida.

Ambiguidade

Muitas frases em que a preposição indica uma circunstância (instrumento, meio etc.), em sequências do tipo "preposição a + substantivo feminino singular", podem dificultar a interpretação por parte de um leitor ou ouvinte. Na maioria dos casos, essa ambiguidade é desfeita pela crase.
Exemplos de casos em que a crase retira a dúvida de sentido de uma frase:
1- Cheirar a gasolina (aspirar) X Cheirar à gasolina (feder a).



2- A moça correu as cortinas (percorrer) X A moça correu às cortinas. (seguiu em direção a).

3- O homem pinta a máquina (usa pincel nela) X O homem pinta à máquina (usa uma máquina para pintar).



4- Referia-se a outra mulher (conversava com ela) X Referia-se à outra mulher (falava dela).

Entretanto, a falta de clareza, por vezes, ocorre na fala, não tanto na escrita. Exemplos de dúvida fonética:


- "A noite chegou."
Na linguagem falada há ambiguidade:
Alguém chegou à noite, ao escurecer? Ou foi a noite que chegou no fim da tarde?
Como saber o sentido de uma frase como essa, se não exisitisse a crase?



- "Ela cheira a rosa."
A afirmação será ambígua, se oral. Se escrita, terá sentidos diferentes:
"Ela cheira a rosa" significa que a dama aspira o perfume da rosa. Já "ela cheira à rosa" indica que a princesa tem o perfume da flor.
Na escrita, com a crase, nem é preciso explicar ou entender o contexto.

Sem a crase, construções como essas serão sempre ambíguas.
Em expressões com palavras femininas, ela é utilizada por tradição: "às vezes", "à moda de", "à espera", "à medida que", "à custa de", "à prova de" etc.

Mesmo a regra da crase como índice de contração com "distância" tem sido interpretada pelos usuários do idioma como dependente do contexto.

Pela regra tradicional, não há acento, se a "distância" estiver indeterminada:

"Ficar a distância". "Seguiu-a a distância". "Manteve-se a distância segura".

Se a "distância" estiver definida, determinada numericamente, há acento:
"Ficou à distância de dois metros". "Viu o corpo à distância de três passos".

Importante: NUNCA pensamos em crase com palavras masculinas ou verbos!
Talvez esse post tenha descomplicado um pouquinho... espero que sim!  =D

De Onde Veio Esse Passarinho Verde?


Certamente todos nós já ouvimos, ao menos uma vez na vida, alguém dizer "Viu um passarinho verde?". Mas o que significa e como surgiu essa expressão?

A conhecida expressão "ver passarinho verde" lembra aquelas pessoas que, sem nenhum motivo aparente, demonstram exagerada alegria. De fato, verde é a cor da esperança - mas, e daí? O que o passarinho tem a ver com isso?

A ave é o periquito, que antigamente era muito usado para carregar em seu bico mensagens entre casais de apaixonados. Assim, avistar o delicado animalzinho seria, por assim dizer, equivalente a localizar o portador de segredos amorosos; ou, ainda, a visão daquele que alimenta nossa deliciosa expectativa de boas notícias em relação ao ser amado.

domingo, 19 de junho de 2011

10 Enganos Frequentes

Pessoal, fiquei mais de um mês sem postar nada por aqui, mas hoje voltei com 10 pequenas dicas sobre erros que vemos por aí frequentemente e que devem ser evitados:


1- "Houveram" muitos acidentes.

Haver é invariável:

Houve muitos acidentes.

Havia muitas pessoas.


2- "Existe" muitas esperanças.

Ao contrário de “haver”, “existir” admite normalmente o plural:

Existem muitas esperanças.


3- Entre "eu" e você.

Depois de preposição, usa-se mim:

Entre mim e você.


4- "Há" dez anos "atrás".

Não tomem por base a velha música de Raul Seixas, “Eu nasci há 10 mil anos atrás”! Isso é redundante, galera. "Há" e "atrás" indicam passado na frase, por isso use um ou outro:

Há dez anos.

Dez anos atrás.


5- Preferia ir "do que" ficar.

Prefere-se sempre uma coisa a outra:

Preferia ir a ficar.


6- Quebrou "o" óculos.

Atenção para a concordância no plural:

Os óculos.

Meus óculos.


7- Chegou "em" São Paulo.

Verbos de movimento exigem a, e não em:

Chegou a São Paulo.

Vai amanhã ao cinema.

Levou os filhos ao circo.


8- Ela era "meia" louca.

"Meio", advérbio, não varia:

Meio louca.


9- A questão não tem nada "haver" com você.

A questão, na verdade, não tem nada a ver.


10- Tinha "chego" atrasado.

Após o verbo “ter”, utilize “chegado:

Tinha chegado atrasado.

domingo, 8 de maio de 2011

"Tenho de" ou "Tenho que"?

Pessoal, após 10 dias sem postar nada, trouxe hoje duas expressões que a maioria de nós não sabia diferenciar o correto emprego: tenho de e tenho que.
Abaixo a explicação:

Tenho de...

Usa-se "tenho de" quando o sentido for de obrigação, necessidade, desejo ou interesse.

Exemplos:
Temos de lutar por nossos direitos.
O diretor da escola terá de dar explicações sobre o aumento de seu salário.
O expediente tem de acabar às seis horas da tarde.
Eles tinham de avisar a mãe que iriam sair.
O gerente teve de indenizar todos os ex-funcionários.

Tenho que...

Usa-se "tenho que" para expressar possibilidade.

Exemplos:
Talvez você tenha que buscar sua irmã na escola hoje.
É possível que ele tenha que fazer uma operação.

Agora não confundimos mais!
Boa semana a todos!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sessão, Seção e Cessão sem Complicação!

Pessoal, estive um pouco ausente do Blog nos últimos dias mas retornei hoje com um assunto que a maioria confunde.
Observem a seguinte frase:

"Eu estava na seção de calçados da loja, aguardando o horário da sessão de cinema que eu ia assistir, quando encontrei meu ex marido por acaso, que me informou sobre a cessão de bens."
Uau!
Agora vamos entender a correta colocação de cada uma das palavras em negrito:

SESSÃO

Sessão supõe uma reunião de pessoas.

Por exemplo:
Os ingressos para a sessão do cinema estavam esgotados.
A sessão da assembleia com todos os deputados foi transferida para o próximo mês.

SEÇÃO

Seção supõe uma divisão, uma repartição.

Por exemplo:
Vá até a seção de atendimento ao cliente.
Estou na seção de roupa infantil.

CESSÃO

Cessão é o ato de ceder alguma coisa.

Por exemplo:
Cessão de bens (cedência de bens).
Cessão de direitos (cedência de direitos).

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Esse ou Este?

ESSE

É usado para retomar um termo, uma ideia já mencionada.
Por exemplo:
A Terra gira em torno do Sol. Esse movimento é conhecido como translação.

ESTE

Introduz uma ideia nova, ainda não mencionada.
Por exemplo:
Esta ideia de presente é interessante: uma joia.

Devemos usar "este" também para adiantar o que se vai dizer ou para remeter a um termo imediatamente anterior.
Exemplos:

a) Você conhece estes versos: "Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá..."?

b) Não sei qual o melhor lugar para morar: zona rural ou zona urbana? Acho que esta (última = zona urbana) oferece mais opções de trabalho e estudo.

c) Quando falei com Maria, esta ficou extremamente feliz.

Este também pode indicar proximidade do falante, enquanto esse nos dá a ideia de proximidade do ouvinte.

Veja as frases:

a) "Este casaco me pertence".
O casaco é de quem fala e, portanto, está mais próximo dele.

b) "Quando você comprou esse casaco que está usando?".
O casaco é do ouvinte.

- Na elaboração de cartas, os pronomes demonstrativos "este", "esta" referem-se ao local em que se encontra quem está escrevendo a carta. Os pronomes demonstrativos "esse", "essa" referem-se ao local em que se encontra o destinatário.

Por exemplo:

Este município tem o prazer de convidar todos os agricultores dessa cidade para participar da Festa do Morango.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Eminente" ou "Iminente"?

Mais duas palavrinhas que causam bastante confusão:

EMINENTE

Eminente significa "superior", "notável", "sublime".

Por exemplo:
O eminente filósofo apresentou suas teses.

IMINENTE
Iminente significa que algo está a ponto de acontecer.

Por exemplo:
Perigo iminente! ( = Perigo próximo! )

Rápido e fácil né?

"Acerca de", "A cerca de" ou "Há cerca de"?

Pessoal, para não haver mais confusão:

ACERCA DE

"Acerca de" equivale a "sobre", "a respeito de".

Por exemplo:
Estávamos conversando acerca de educação.
(Estávamos conversando sobre a educação.)

Eles falavam acerca de política.
(Eles falavam sobre política.)

A CERCA DE

"A cerca de" indica aproximação.

Por exemplo:
Minha família mora a cerca de 2 Km daqui.

HÁ CERCA DE

 "Há cerca de" indica tempo decorrido.

Por exemplo:
Compraram aquela casa há cerca de três anos.
Não nos falamos há cerca de dois meses.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

PERCA essa mania de achar que aprendizado é PERDA de tempo!

As palavras “perca” e “perda” são parônimas, ou seja, possuem grafia e pronúncia semelhantes. Por esse motivo, há muita confusão quando empregadas. Vamos entender o significado de ambas e aprender a usá-las corretamente?

Perca 

É uma forma verbal, ou seja, é uma das conjugações do verbo perder.
Aparece na 1ª e 3ª pessoas do singular do presente do subjuntivo e na 3ª pessoa do singular do imperativo.
Exemplos:

a) Não perca tempo! (3ª pessoa do singular do imperativo, pois exprime uma ordem)

b) Não percam tempo! (3ª pessoa do plural do imperativo)

c) Não quero que ele perca essa vaga! (3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo - "que" + pronome + verbo)

Perda

É um substantivo que significa se privar (desapossar, excluir) de alguém ou de algo que se tinha.
Exemplos:

a) Espero que não haja perda de bagagens nesta companhia aérea.

b) Carolina está triste, pois a perda do pai a abalou muito.

Entretanto, é muito vermos construções como “Não quero que ela perda sua vaga” ou “Ver esse programa é perca de tempo”.

Estas frases estão incorretas, baseado no que vimos acima.
Na 1ª seria “perca”, pois a segunda oração deste período (que ela perda sua vaga) está no presente do subjuntivo.
O certo seria: Não quero que ela perca sua vaga.

Já na 2ª frase, o sentido é de privação, pois alguém está perdendo o tempo que tinha ao ver o programa.
O correto seria: Ver esse programa é perda de tempo.
 
Portanto, PERCA essa mania de achar que aprendizado é PERDA de tempo!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quando Usar a Vírgula?


O post de hoje certamente esclarecerá uma dúvida que considero geral: o uso da vírgula.
Algumas pessoas deixam de usar, outras usam demais, mas agora aprenderemos os casos em que seu uso é bem vindo e os casos em que não é.

Primeiramente, para que serve a vírgula? Ela indica uma pequena pausa no enunciado.

Ela é usada:

1) nas datas, para separar o nome da localidade.
Ex: São Paulo, 11 de abril de 2011.

2) após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase.
Ex:
– Você gostou do vestido?
Sim, eu adorei!
– Pretende usá-lo hoje?
Não, no final de semana.

3) após a saudação em correspondência (social e comercial).
Ex: Com muito amor, / Respeitosamente,

4) para separar termos de uma mesma função sintática.
Ex: A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e* um quintal.
*Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.

5) para destacar elementos intercalados, como:

a) uma conjunção*
Ex: Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
*As conjunções são utilizadas para ligar orações.
Exemplos de conjunções: portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando, ora, que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme.

b) um adjunto adverbial*
Ex: Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.
*Adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, intensidade etc.). Ele modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.
Ex: Seu projeto é muito interessante.
Neste caso, o adjunto adverbial intensifica o adjetivo interessante.

c) um vocativo*
Ex: Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
*Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou evocar a pessoa, o animal ou a coisa personificada a que nos dirigimos.

d) um aposto*
Ex: Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.
*Aposto é o termo da oração que se refere a um substantivo, a um pronome ou a uma oração, para explicá-los, ampliá-los, resumi-los ou identificá-los.

e) uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)
Ex: O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus.

6) para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.
Ex: O documento de identidade, você trouxe?

7) para separar elementos paralelos de um provérbio.
Ex: Tal pai, tal filho.

8) para indicar a elipse* de um termo.
Ex: Daniel ficou alegre; eu, triste.
*Elipse é a omissão de um termo ou oração que facilmente se subentende no contexto, geralmente por já ter sido expresso anteriormente, no mesmo período.
Na frase acima, houve a omissão do verbo "ficar", que já tinha sido expresso. Se não houvesse essa elipse a frase ficaria um pouco repetitiva, assim:
Daniel ficou alegre; eu fiquei triste.

9) para isolar elementos repetidos.
Ex: Estão todos cansados, cansados de dar dó!

10) para separar orações intercaladas.
Ex: O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola.

11) para separar orações coordenadas assindéticas*.
Ex: O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
*Orações coordenadas assindéticas são aquelas que podem estar simplesmente justapostas, isto é, colocadas uma ao lado da outra sem qualquer conectivo que as enlace.
No caso acima, as três orações estão colocadas uma ao lado da outra mas não existe nenhum elemento fazendo a ligação.

12) para separar orações coordenadas:

a) Adversativas*
Ex: Esforçou-se muito, porém* não conseguiu o prêmio.
*"Porém" estabelece uma adversidade, ou seja, uma ideia de oposição ou contraste As principais coordenadas adversativas são: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão.

b) Explicativas*


Ex: Vá devagar, pois* o caminho é perigoso.
*"Pois" justifica a ideia apresentada pela oração anterior. Esse é o papel da coordenada explicativa. As principais coordenadas explicativas são: pois e porque.

c) Conclusivas*
Ex: Não estudou, portanto* foi mal na prova.
*"Portanto" estabelece a conclusão da primeira oração. As principais coordenadas conclusivas são: logo, pois, portanto, assim, por isso, por consequência, por conseguinte

d) Alternativas*
Ex: As pessoas ora dançavam, ora* ouviam música.
*"Ora, ora" estabelece uma alternância entre as atividades realizadas pelas pessoas na frase. As principais coordenadas alternativas são: ou… ou; ora…ora; quer…quer; seja…seja.

13) para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais*, sobretudo quando vêm antes da principal.
Ex: Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.
* A oração subordinada adverbial temporal "quando voltei" demarca em que tempo ocorreu o processo expresso pelo verbo da oração principal ("lembrei que precisava estudar para a prova").

14) para isolar as orações explicativas. 
Ex: A professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo.

Pronto!
Agora saberemos identificar quando a vírgula é bem vinda ou não!
Até a próxima!

PS: Agradeço minha amiga Mel, formada em Letras, que sugeriu este post.

domingo, 10 de abril de 2011

Estudo Errado - Gabriel O Pensador

Eu tô aqui pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio, de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar, cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:
Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porquê" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama
(Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz"
(matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada
Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim vocês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tô de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...
Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio!
Mas é só a verdade professora!
Eu sei, mas colabora se não eu perco o meu emprego.

______________________________________________________________________

Pessoal, essa é a letra de uma música do Gabriel O Pensador que retrata a realidade do ensino em nosso país atualmente. Descreve o perfil da maioria dos professores (não todos), que estão preocupados somente com o salário (miserável) no final do mês (talvez seja essa uma das causas da desmotivação de alguns desses profissionais), e consequentemente o perfil dos estudantes, que perderam o interesse pelas aulas justamente por seus mestres seguirem sempre o mesmo padrão e não inovarem, não trazerem assuntos atualizados mesclados com as aulas habituais.

É a ação e reação. É uma verdadeira reflexão sobre o ensino, que deve começar em casa.
Muitos pais preocupam-se apenas com a nota que o filho tira nas provas, mas não investiga se ele realmente absorveu o conteúdo, o que geralmente não acontece. É por isso que muitos bons alunos chegam à universidade sem ter aprendido nada, já que um assunto decorado hoje já estará esquecido amanhã. Os professores devem perceber a responsabilidade que têm nas mãos, ja que a personalidade de um adulto é o reflexo de sua infância, portanto é inadmissível uma base falha, pois a estrutura não se sustentará. E o aluno precisa enxergar o conhecimento como um tesouro e não como uma obrigação.

Assim, o objetivo deste post é fazer os três lados pensarem: os pais, o aluno e aos professores. É preciso uma sintonia entre os três para que realmente o ensino tenha validade e não se torne apenas um anseio pelas férias e pela aprovação no final do ano.

"Grande parte da juventude cresce sem a devida educação, como uma selva que ninguém cuida de irrigar e fazer crescer bem. Por esse motivo, hábitos e costumes selvagens e indômitos acabaram prevalecendo em todo o mundo."

(João Amós Comênio, 1592-1670, filósofo tcheco que foi o primeiro a respeitar a inteligência e os sentimentos da criança.)

5 Dicas Para Escrever Bem

Lí uma matéria muito interessante essa semana que nos oferece dicas sobre como elaborar um texto coerente, que traga prazer e desperte a curiosidade do leitor. O legal é que as dicas vêm de lados totalmente diferentes: da política, do marketing, da literatura clássica, da imprensa etc.

Mas, primeiramente, o que é necessário para que um texto impressione o leitor?
O texto que impressiona diz algo além do que está na superfície. Ele traz associações e expõe as ideias de uma maneira clara, para que não haja duplas interpretações. 

Veremos a seguir que a história da cultura, da literatura, do cinema, da publicidade e até da política nos deixaram muitas lições sobre como impressionar um leitor. Aí Vai:

1- Dica da Política
Tenha certeza de que foi entendido

Nas fotos acima, O prefeito de Manaus discute com uma moradora.

Vejamos a encrenca causada quando o dito é interpretado como sendo outra coisa.
O prefeito de Manaus, Amazonino Medes (PTB), passou um sufoco em fevereiro deste ano por não ter sido compreendido da forma que pretendia. O prefeito visitava a comunidade Santa Marta, área de risco de desabamento na periferia, quando foi abordado por uma Sra. desempregada que disse a ele que não se mudaria dali porque não tinha dinheiro. O prefeito impacientou-se e, diante da resistência da mulher, adotou a seguinte frase:

- Filha, então morra, morra!

Seria engraçado se não fosse trágico.

O prefeito diz que foi mal interpretado. Teria sido só um jeito infeliz de expressar-se. O "então, morra" na verdade significava "Mas, se você não sair daqui, fará opção consciente por pôr a vida em risco". A expressão não retratava desejo ou praga, segundo o prefeito. 

Entretanto, um bom texto é aquele em que nossas palavras são interpretadas como queríamos. Ser desatento a isso pode resultar numa saia justa. O prefeito de Manaus que o diga. Por isso criemos o hábito de revisar o que escrevemos, e se tivermos alguma dúvida sobre a clareza das informações, peçamos ajuda.

2- Dica da Publicidade
Como apresentar suas ideias


O mais simples cartaz publicitário ou comercial de TV nos ensina a levar sempre em conta o público alvo que receberá nossas ideias. Devemos nos adequar ao nível de formalidade da comunicação cotidiana. Um texto dedicado ao público juvenil não poderá conter a mesma estrutura e colocação de palavras de um texto formal endereçado a um diretor de empresa, por exemplo.

3- Dica da Literatura Policial
Construa a realidade de forma confiável

Vamos falar um pouco sobre o livro O Nome da Rosa, de Umberto Eco:
"Um pescador está à margem esquerda de um rio, com o anzol de prontidão. Se ele faz isso sempre, ser pescador implica ter toda uma sequência meio que inevitável de atitudes e gestos", pensa Eco. "Nós a descrevemos. O personagem se desenha."

"Se ele tem um jeitão agressivo e a ficha suja na polícia, temos um começo de personalidade e nós acrescentamos isso ao texto, talvez num ritmo mais lento e fluvial nas passagens que descrevem a pesca, talvez aos sobressaltos na hora de falar de seu temperamento", sugere Eco.

De qualquer modo, o pescador está lá. Espera o peixe fisgar a isca. É sua rotina diária, paciente. Não há uma história a ser contada, mesmo sendo um personagem interessante, paciente e tal. Entretanto, o personagem, afinal, faz somente o previsível, como todo dia em que pesca. É preciso complicar as coisas.

Eco imagina um corpo levado pela correnteza quando o pescador está naquele rio. Pronto, algo perturbou a sua rotina. Mesmo assim, ele poderia ficar lá parado, indiferente, cuidando da própria vida, que tem mais o que fazer (pescar ou não se comprometer, pois tem a ficha suja). Mas, também não teremos uma história se só isso acontecer.

A aventura começa quando um fato perturbador da rotina de alguém faz esse alguém encarar um desafio que, de outro modo, não o faria. O corpo no rio pode, por exemplo, ter alguma ligação com o pescador. Ser uma antiga namorada, talvez um amigo que nao vê faz tempo. Talvez pior. Pode ser o cadáver do homem que ele odiava. O que ele faz? Foge? Sai calmamente como se nada tivesse acontecido? Mas e se ele foi visto e envolvido no caso?
Resumindo, para que o ponto de vista dele seja convincente, é preciso construir o contexto em que ele se move. Qualquer argumento, para ser defendido, exige outros argumentos de apoio, senão a realidade que ele representa será capenga.
Portanto, não mate uma ideia porque não quis desenvolver o raciocínio que ela requer.

4- Dica do Cinema
"Encene" uma ideia

Só faz sentido contar uma história porque ela encena algo que queremos comunicar. Para terem impacto, as ideias precisam encontrar forma. na superfície, mas dizer também outra coisa além dela. É preciso saber o que se deseja dizer, que imagem queremos criar na mente do leitor ou que mensagem queremos deixar.

Diga o que tem a dizer e pare. Antes, porém, dê ao leitor algo que o faça pensar e encerre seu texto com uma mensagem marcante. Ofereça a ele algo que o surpreenda. Um desafio, uma sugestão de ação ou solução de problema. Conduza seu leitor a uma possibilidade de ação.

5- Dica da Retórica Contemporânea
Busque conhecer tipos distintos de argumento

Para ser bem escrito, um texto precisa conter bons argumentos. Vejamos alguns deles:

Fonte de referência - As opiniões de uma ou mais fontes (estudiosos, empresas, órgãos públicos, etc.) dão sustentação a um argumento.
Ex: "A Associação Europeia de Exportadores de Carne declarou que a carne bovina brasileira é uma das melhores do mundo. Razões não faltam para concordar."

Analogia - Estabelecer comparação entre duas situações.
Ex: "A pessoa paga de boa vontade a manutenção de seu carro. Por que não teria igual cuidado com o seu corpo?"

Causas e Efeitos - Para dizer que algo é causa e outro é efeito, é preciso que a primeira preceda a segunda.
Ex: "No Brasil, um homossexual é morto a cada três dias (causa), o que torna o país um dos mais homofóbicos do mundo (efeito), com estatística anual de 198 mortes violentas."

Citar Exemplos - Enumerar fatos dá consistência a uma tese.
Ex: "As mulheres antigamente se casavam muito cedo. Julieta, em Romeu e Julieta, de Shakespeare, não tinha nem 14 anos. Na Idade Média, 13 anos era a idade para o casamento das judias. E, no Império Romano, muitas se casavam com 13 anos ou menos."

Uma argumentação precisa começar com uma ideia plausível. Se não estiver seguro dela, pesquise mais sobre o assunto ou descarte-a e passe para outra. É preciso que ela seja sustentada em argumentos. Veja a frase a seguir: "Só existem muitos pobres no Brasil porque foram poucos os que se interessaram em se comprometer com os estudos."



Ao generalizar a causa da desigualdade social no país, a idéia simplifica o problema ao excluir outras possibilidades. Isso deixa o texto sem fundamento, incompleto em suas idéias.

Enfim, essas foram algumas dicas sobre como montar um texto interessante, convincente e que prenda a atenção do leitor.

Até o próximo post!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Plano para o futuro: fazer o acabamento final da minha casa para eliminar as goteiras do teto!

Este título parece não fazer muito sentido num Blog como este né? Aparentemente é uma frase comum, que combinaria mais em um Blog sobre projetos pessoais e tal. Mas a seguir entenderemos o motivo deste enunciado.

Conforme eu disse no post anterior, o assunto pleonasmo merece uma postagem exclusiva. Este é um dos meus assuntos favoritos, pois é um vício de linguagem que se tornou tão comum que até os mais cultos acabam usando vez ou outra. Sem contar que há alguns muito engraçados, que observaremos a seguir.

Mas qual é a definição de pleonasmo? Trata-se da redundância em uma expressão. É a repetição de uma mesma idéia que, portanto, não acrescenta nada ao que já foi dito.

Vejamos uma pequena lista de pleonasmos e observemos como falamos errado tantas vezes e nem percebemos. Já nos acostumamos!

1) Planos ou projetos para o futuro.
Você conhece alguém que faz planos para o passado? Só se for o Michael Fox no filme ‘De volta para o Futuro’.

2) Criar novos empregos.
Ora bolas, alguém consegue criar algo velho?

3) Habitat natural.
Todo hábitat é natural; consulte um dicionário.

4) Prefeitura Municipal.
No Brasil só existem prefeituras nos municípios. Aliás, ainda bem!

5) Conviver junto.
É possível conviver separadamente?

6) Sua autobiografia.
Se é autobiografia, já é sua.

7) Sorriso nos lábios.
Já viu sorriso no umbigo?

8) Goteira no teto.
No chão é impossível!

9) Estrelas do céu.
Paramos à noite para contemplar o lindo brilho das estrelas do mar?

10) General do Exército. Só existem generais no Exército.
Brigadeiro da Aeronáutica. Só existem brigadeiros na Aeronáutica.
Almirante da Marinha. Só existem almirantes na Marinha.

11) Manter o mesmo time.
Pode-se manter outro time?

12) Labaredas de fogo.
De que mais as labaredas poderiam ser? De água?

13) Pequenos detalhes.
Se é detalhe, então já é pequeno. Existem grandes detalhes?

14) Despesas com gastos.
Despesas e gastos são sinônimos!

15) Encarar de frente.
Você conhece alguém que encara de costas ou de lado?

16) Monopólio exclusivo.
Ora, pílulas, se é monopólio, já é total ou exclusivo…

17) Ganhar grátis.
Alguém ganha pagando?

18) Países do mundo.
E de onde mais podem ser os países?

19) Viúva do falecido.
Até prova em contrário, não pode haver viúva se não houver um falecido.

20) Elo de ligação.
Gente, se é um elo, ele é de ligação!

21) Acabamento final.
Como é possível um acabamento inicial?

22) Certeza absoluta.
Se a pessoa tem certeza, ela é absoluta!

23) "O show será nos dias 8, 9 e 10, inclusive."
Se o 10 não estivesse no meio, bastaria não dizê-lo! 

24) Outra alternativa.
Se é alternativa, é outra.
Se não é outra, é a mesma. Se é a mesma, não é alternativa!

25) Comparecer pessoalmente.
Alguém me ensina a comparecer por telefone? Seria tudo tão mais simples e rápido!

26) Multidão de pessoas.
Não seria de cavalos? Não! Multidão é de pessoas!

27) Fato real.
Se é fato, só pode ser real!

28) Supresa inesperada.
Exceto quando contamos ao aniversariante que ele terá uma "festa surpresa", elas são sempre inesperadas!

29) Amanhecer o dia
Eu nunca vi o amanhecer da noite!

30) Metades iguais.
Se são metades, são iguais!!!

É isso, pessoal. Estes são alguns exemplos dos pleonasmos presentes em nosso dia a dia. E tenho certeza que todos aí já falaram, ao menos, a metade deles, sem perceber. E aposto que ficaram com cara de bobos quando pararam para refletir que realmente é uma redundância.

Claro que não incluí os famosos subir lá em cima, descer la embaixo, sair pra fora e entrar pra dentro, pois esses já são clichês demais. Reuní aqui alguns mais curiosos, que provavelmente a maioria nem se dava conta do quão absurdo é.

No canto esquerdo do Blog há alguns vídeos muito legais sobre pleonasmo também. Vale a pena assistir e gargalhar.
Até a próxima!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

"Ixe, vc tá doente? Estimas melhoras!"

O uso contínuo de palavras pode desgastá-las a ponto de alterar sua grafia e pronúncia, dando origem às chamadas "corruptelas". Mas o que é isso?

A corruptela é um dos fenômenos mais comuns da fonética das línguas. Trata-se de passar adiante uma informação de maneira distorcida por não a termos compreendido bem.

Na verdade, não é só o mau entendimento de uma expressão que gera a corruptela. O uso contínuo das palavras, assim como o de qualquer outro utensílio, provoca com o tempo o seu desgaste. Mas, neste caso, a razão principal é a lei do mínimo esforço, ou "lei da preguiça". Um exemplo disso é a antiga vossa mercê: Como pronunciar constantemente "vossa mercê" dava trabalho, passou-se a pronunciar "vosmecê", "vossuncê", "vancê" e "você". E hoje já se diz "ocê", "cê" e "vc".
 
O mesmo aconteceu com a interjeição de susto "Virgem Maria!", que foi reduzida a "virgem", depois a "vige", "vixe" e "ixe".
Tudo por economia de esforço.

Certo dia, ao ver um indivíduo muito agitado, alguém disse algo como "parece que esse sujeito tem bicho no corpo inteiro". A má compreensão dessa frase levou à famosa expressão "ter bicho carpinteiro".

Outro caso de corruptela ocorreu com a palavra estimar:

Antigamente, quando alguém adoecia, era comum e educado fazer votos de pronto restabelecimento dizendo ao doente "estimo a sua melhora", em que o verbo "estimar" tinha o significado de "ficar feliz com" e portanto "desejar". Assim, o sentido da expressão era "ficarei feliz que você melhore logo" ou "desejo que você melhore".

Só que esse sentido de "estimar" se tornou obscuro com o tempo e, como as palavras se gastam, e as pes­soas que as ouvem as replicam com falhas, a expressão "estimo a sua melhora" virou "estimo as melhora", depois "corrigida" para "estimo as melhoras" (com direito a concordância e tudo) e finalmente resultou na hoje enigmática expressão "estimas melhoras". Curioso, não?

Mas a corruptela não existe só em português. Todas as línguas experimentam esse processo, já que a preguiça é universal.
Em inglês, a expressão equivalente a "custar os olhos da cara" é to cost a nominal egg, literalmente "custar um ovo nominal". Ovo nominal, que diabo é isso?
Na verdade, a expressão original, deturpada pela má compreensão, é to cost an arm and a leg, isto é, "custar um braço e uma perna".
Realmente os brasileiros não são os únicos a brincar de telefone sem fio.

Entretanto, este fenômeno está longe de ser de fato uma corrupção, pelo menos com o significado negativo que essa palavra tem. A corruptela é, na verdade, um processo legítimo de evolução linguística.

Porém, apesar de gradativamente incorporadas na nossa língua, evitemos utilizar, por exemplo, um "vc" em um documento formal hein! Deixemos isto restrito ao MSN e já estará de bom tamanho!  =D



O Vício que Dói no Ouvido


Pessoal, hoje vou falar sobre os chamados vícios de linguagem que cometemos constantemente e que tornam o diálogo muitas vezes cansativo para quem nos ouve. A repetição constante de palavras e expressões, ou ainda clichês usados independentemente do contexto em que são pronunciados, tendem a incomodar o ouvinte e a desvalorizar o conteúdo do que está sendo dito. Mas, como numa dependência de cigarros, não são fáceis de largar, sei disso. Mas já é um grande passo sabermos identificá-los e a partir daí nos corrigirmos aos poucos.

Mas, em primeiro lugar, o que são esses tais vícios de linguagem?
Vícios de linguagem são os diversos fenômenos considerados desvios em relação ao padrão culto da língua. São eles:

- Arcaísmo - uso de termos antiquados.
Ex: Encontre, por obséquio, minhas chaves.
Atualmente podemos substituir perfeitamente essa expressão pelo simples por favor.

- Ambiguidade - ocorre quando o sentido não fica claro, com enunciado com mais de um sentido.
Ex: O pai o filho adora (quem adora quem? é o pai que adora o filho ou o filho que adora o pai?).

- Barbarismos - não confundam com aquele povo, os Bárbaros. Barbarismos são erros no uso das palavras: de pronúncia, grafia, significado, estrangeirismos etc.
Ex: framengo (flamengo), sombrancelha (sobrancelha), "sale" (em vez de "à venda").

- Cacófato - sequência de palavras que provoca o som de uma expressão ridícula ou obscena.
Ex: A empresa é dirigida pela dona Maria.
Pobre dona Maria, ficou desnuda nesta frase (peladona).
Outro muito comum é o tal do "víela".
Ex: A Dona Maria? Eu vi ela ontem!
Pessoal, independente de vocês terem visto a Dona Maria na viela, na rua, no metrô, digam "Eu a ví ontem"! Fica bem melhor, não acham?

- Colisão e Hiato - proximidade ou repetição, respectivamente, de consoantes e vogais iguais em uma sequência.
Ex: O salário da secretária sempre será pago na sexta-feira.
Reparem no excesso de "s" nessa frase!

- Eco - repetição da mesma terminação em prosa.
O acesso dado ao processo do réu confesso foi um retrocesso jurídico.

- Preciosismo - linguagem pretensamente culta. Trata-se do "falar bonito". Mas o excesso resulta num vício de linguagem que acaba impedindo a comunicação, por interferir na compreensão do que está sendo dito.
Ex: Falar-lhe-ei a teu respeito.
Este pronome lhe "ensanduichado" no futuro do presente do verbo falar (falarei) chama-se mesóclise. Ela é responsável por muitos preciosismos e trata-se de uma forma pouquíssimo usada atualmente.
Para dizer a mesma coisa de uma forma mais simples, experimente, por exemplo, "Falarei com ele a teu respeito." Bem mais simples né?

- Plebeísmo - uso de gírias ou termos que demonstram falta de instrução. Tipo assim, tá ligado?

- Pleonasmo - repetição desnecessária de ideia ou termo já pronunciado.
Ex: Mônica restaura velho casarão (gente, se fosse novo não precisaria de restauração).
Governo cria novos empregos (sério? ele não estaria criando velhos empregos?).
Subir lá cima, sair lá fora, surpresa inesperada, acabamento final etc.
São tantos exemplos de pleonasmos que falamos sem nos darmos conta, que merecem um post exclusivo. Em breve.

- Solecismo - desvios na construção da frase e na colocação.
Fazem 10 dias que viajei.
Contém erro de concordância, pois já aprendemos aqui mesmo neste Blog que os dias não fazem nada. O correto, portanto, seria "faz 10 dias que viajei".

Pessoal, no momento é só. Vamos ficar atentos, principalmente nos pleonasmos, nos plebeísmos e nos cacófatos, que são muito comuns tanto na linguagem formal quanto na coloquial.

Até a próxima!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Eles não creem que eu voo pela plateia!

Atendendo ao pedido do leitor do Blog e meu amigo, Agnaldo Albano, tentarei esclarecer de forma simples o novo acordo ortográfico.
Claro que será um pouco difícil para nós, tão acostumados com a Ortografia atual, nos adaptarmos a nova, mas a partir de 2012 entrará em vigor definitivamente as novas regras. Por isso fiquem atentos, pois um pequeno engano em um vestibular, por exemplo, poderá trazer grandes consequências.
Esta reforma é repleta de excessões, portanto é indispensável manter uma "colinha" sempre por perto, para não se confundir e tirar o acento de onde tem e colocar onde não tem! =D

Iniciemos o estudo!

ACENTUAÇÃO

Acento Agudo

O acento agudo desaparecerá nos seguintes casos:

1) Nos ditongos abertos* ei e oi das palavras paroxitonas*:

Antes: assembléia
Depois: assembleia

Antes: heróico
Depois: heroico

*Nota:
Ditongo é o encontro de duas vogais numa mesma sílaba.
Paroxítonas são palavras em que a sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima.

2) Nas paroxítonas com i e u tônicos (pronunciados mais intensamente) que formam hiato com a vogal anterior quando esta faz parte de um ditongo. Eita, complicou um pouco agora né. Observe o exemplo:

Antes: feiúra
Depois: feiura

Ou seja: as vogais e+i formam um ditongo, que vem precedido de um u que forma um hiato*, pois está separado das demais vogais, isolado.

*Nota:
Hiato é um sequência de 2 ou mais vogais que pertencem a sílabas diferentes.

Acento Diferencial

O acento diferencial é utilizado para facilitar a identificação de palavras que têm a mesma pronúncia. Ele pode ser agudo ou circunflexo e nos possibilitava, por exemplo, não confundir pára (presente do verbo parar) com para (preposição).
Portanto, a diferença deve ser observada através do contexto:

A criança não para de falar.
Eu telefonei para ele ontem.

Outros casos em que não há mais o acento diferencial:

Péla (verbo pelar) / Pela (união da preposição por + a) / Pélo (verbo pelar) / Pêlo (substantivo)
Fica assim:
Ela pela (tirar a pele) tomates com água bem quente.
Pela estrada da vida.
Eu pelo tomates.
O pelo do cão é macio.

Pêra (substantivo) fica pera.
A pera possui baixo valor calórico.

Pólo (substantivo) fica polo.
No polo norte faz muito frio.

Entretanto:

Duas palavras obrigatoriamente continuarão recebendo o acento diferencial:

Pôr (verbo) mantém o circunflexo para não ser confundido com a preposição por.
O aluno vai pôr em prática o que aprendeu no curso.
O direito tem por finalidade a pacificação social.

Pôde (verbo por no passado) também mantém o acento para não ser confundido com pode (o mesmo verbo, só que no presente).
Ele pôde estudar e aproveitou a oportunidade.
Agora ele pode conseguir um bom emprego.

Acento Circunflexo

O acento circunflexo não deve mais ser utilizado:

1) Nas palavras terminadas em oo:

Antes: enjôo, vôo, abençôo, corôo, magôo, perdôo
Depois: enjoo, voo, abençoo, coroo, magoo, perdoo

2) Na 3ª pessoa do plural do presente dos verbos crer, dar, ler e ver:

Antes: crêem, dêem, lêem, vêem
Depois: creem, deem, leem, veem

TREMA - Um Sinal a Menos

O trema, sinal gráfico utilizado em cima do u para indicar que essa letra, nos grupos gue, gui, que, qui, é pronunciada, foi abolido. Simples assim. Mas vale lembrar que a pronúncia continua a mesma.

Antes: agüentar, eloqüente, freqüente, lingüiça, sagüi, seqüestro, tranqüilo, anhangüera
Depois: aguentar, eloquente, frequente, linguiça, sagui, sequestro, tranquilo, anhanguera

Entretanto:

Nos nomes próprios ele permanece. Não vá excluir o trema do nome da Gisele Bündchen hein!

HÍFEN

O hífen deixa de ser empregado nas seguintes situações:

1) Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes s ou r. Neste caso, a consoante deve ser duplicada, obrigatoriamente:

Antes: anti-religioso, anti-semita, contra-regra, contra-senha, extra-regulamentação
Depois: antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, extrarregulamentação

2) Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente:

Antes: auto-aprendizagem, auto-estrada, extra-escolar, auto-escola
Depois: autoaprendizagem, autoestrada, extraescolar, autoescola

ALFABETO

Nosso alfabeto passou a ter 26 letras (antes tinha 23), pois foram incorporados o k, w e y.

Essas são as mudanças, que têm o objetivo de unificar a ortografia nos países que falam a língua portuguesa. São eles: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.



Duplicidade Enganosa

Galera, alguém aí ja ouviu falar em VERBOS ABUNDANTES?
Bem, para quem não ouviu, vou explicar rapidamente antes de seguir para as corretas formas de empregá-los.
Verbos abundantes são aqueles em que se registra mais de uma forma de igual valor e função.
Por exemplo, há pouco tempo eu não sabia que a forma IMPRIMIDO é correta. Mas ela é.
Entretanto, devemos tomar cuidado para não utilizar erroneamente essas variações.
Algumas delas são raras e pouco usadas. De todo modo, o que mais caracteriza os abundantes são os particípios duplos, como "imprimido" e "impresso":

IMPRIMIDO é a forma regular.
IMPRESSO é a forma irregular.

O problema é que, dada a duplicidade de formas, costuma haver dúvidas em relação a qual delas usar e em que circunstância.

Vamos aprender?

REGULAR: Usa-se para formar tempos compostos com os auxiliares TERHAVER (voz ativa):
Exemplo: Os alunos tinham imprimido a apostila.

IRREGULAR: Usa-se com os auxiliares SER e ESTAR (voz passiva):
Exemplo: As apostilas serão impressas pelos alunos.

Agora, o que é esse raio de voz passiva e ativa?
Vamos refrescar a memória retornando aos tempos da escola.
 
Voz ativa é aquela em que o sujeito pratica a ação. Veja:
Os alunos tinham imprimido a apostila.

Nesta frase o sujeito "alunos" praticou a ação, que é "imprimir a apostila".

Agora, se passarmos a mesma frase para a voz passiva, ela ficará assim:
A apostila foi impressa pelos alunos.

Na voz passiva o sujeito sofre a ação, ou seja:

O sujeito "apostilas" sofre a ação, que é a de ser impressa.

Para fixar a idéia de voz ativa e passiva, segue mais um exemplo:

GASTO E GASTADO

REGULAR: Gastado
Exemplo: As crianças têm gastado muito dinheiro.
Voz ativa, pois o sujeito "crianças" pratica a ação de "gastar o dinheiro".

IRREGULAR: Gasto
Exemplo: Todo o dinheiro é gasto pelas crianças.
Voz passiva, pois o sujeito "dinheiro" sofre a ação que é a de ser gasto.

Vejamos mais alguns casos de VERBOS ABUNDANTES:

Aceitar _ aceitado _ aceito
 
Acender _ acendido _ aceso

Anexar _ anexado _ anexo

Benzer _ benzido _ bento

Corrigir _ corrigido _ correto

Dispersar _ dispersado _ disperso

Distinguir _ distinguido _ distinto

Eleger _ elegido _ eleito

Encher _ enchido _ cheio

Entregar _ entregado _ entregue

Envolver _ envolvido _ envolto

Enxugar _ enxugado _ enxuto

Expressar _ expressado _ expresso

Expulsar _ expulsado _ expulso

Extinguir _ extinguido _ extinto

Fixar _ fixado _ fixo

Fritar _ fritado _ frito

Ganhar _ ganhado _ ganho

Gastar _ gastado _ gasto

Imprimir _ imprimido _ impresso

Esta é a regra geral de utilização, entretanto há oscilações e excessões.

Talvez, para a maioria de vocês, possa ser estranho saber que as formas imprimido e gastado estão corretas, assim como foi para mim quando descobri.
Dessa forma é possível observar a dimensão da nossa língua.
Caso fique alguma dúvida, enviem para meu email. Caso eu não saiba respondê-la, irei atrás e informo em seguida.

PS: Esse post é dedicado ao Bruno Reis, que tinha bastante curiosidade em relação a essas variações.

Abraços, até o próximo post.

Cuidados com a Língua Portuguesa no Trabalho

Alguns vícios de linguagem podem arranhar a imagem de um colaborador dentro de uma empresa. Por esse motivo, esclarecerei abaixo a forma correta de expressar frases comuns do nosso cotidiano, mas que na maioria das vezes são ditas de forma incorreta sem nos darmos conta.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Gente, não é adequado iniciar uma frase com pronome oblíquo. Coloquialmente nós usamos o tempo todo, como ao dizer "Me dê o formulário", por exemplo. Entretanto, o correto é que o pronome "me" venha depois do verbo "dar". Assim:

Dê-me o formulário.

Em textos corporativos, o emprego incorreto é considerado condenável, pois imprime ao texto um caráter coloquial que muitas empresas consideram como inadequado: Veja mais exemplos:

Incorreto: Me faça um favor.
Me envie o relatório.
Lhe entrego o boleto.

Correto:Faça-me o favor.
Envie-me o relatório.
Entrego-lhe o boleto.

CRASE
Essa é uma questão que assusta muita gente. Quando usar a bendita crase? Primeiramente vale ressaltar que o sinal (`) não é a crase! Ele é, na verdade, um sinal indicativo de crase, pois a crase em sí nada mais é do que a fusão, a mistura de duas coisas. Por exemplo, todos os dias, no café da manhã, você toma uma crase de café com leite. Entendeu?
Enfim, na Lingua Portuguesa, a crase indica a fusão de duas vogais.

Ela ocorre:
1) Quando há o encontro da preposição "a" com o artigo "a":
Entregamos à empresa os formulários solicitados.

Ou seja: "Entregamos a a empresa os formulários solicitados", pois quem entrega, entrega a alguém: "Entregamos a + a empresa".

2) Quando ocorre o encontro da preposição "a" com os pronomes demonstrativos "aquela", "aquele", "aquilo":
Entregamos àquela empresa os formulários solicitados.

Ou seja: "Entregamos a aquela empresa os formulários solicitados".

Como o objetivo deste post é ressaltar as expressões comumente usadas no ambiente de trabalho, destaco mais duas situações em que o uso da crase está correto:

Entregaremos às dezesseis horas.

Na indicação de horas a crase sempre será utilizada. Se ficar na dúvida, substitua, por exemplo, "às dezesseis" por "ao meio dia" (a + o meio dia). Portanto, a frase anterior é construída "a + as dezesseis", gerando, portanto, a fusão de preposição com artigo, que pede crase.

Vejamos mais um exemplo comum em emails formais:

Solicitamos à diretoria os documentos.

Novamente houve a fusão de preposição e artigo (a + a diretoria). Sendo assim, o uso está correto.

É muito comum também o emprego inadequado da crase em situações em que não há a fusão das vogais. Observe:

Entreguei à ela os formulários (Entreguei a + ela).

Nesse caso ocorre o encontro da preposição "a" com o pronome pessoal "ela". Isso inviabiliza o uso da crase.
Agora, se a frase fosse "Entreguei os formulários àquela moça" (a + aquela), estaria correto.

Dessa forma, também não há crase em:

"Salário a combinar" (a + combinar).
"A partir (a + partir) de amanhã, entraremos em recesso".
Pois se trata do encontro de "preposição" + "verbo no infinitivo".

"JUNTO A"
Essa locução adverbial é usada inadequadamente em substituição à preposição "com".
"Junto a" é semelhante a "perto de", "próximo a":
Resolva isso junto ao RH.

Bastaria substituir pela preposição "com": Resolva isso com o RH.
Essa é a forma correta.

O MESMO
As pessoas adoram usar "o mesmo" na comunicação. É um verdadeiro vício. Mas seu uso é inadequado quando tentamos usá-lo como um pronome pessoal.
"Mesmo" não substitui "ele":

A secretária preparou o relatório e o mesmo será enviado à diretoria.
Mais exato: "A secretária preparou o material a ser enviado à diretoria."

IMPLICAR
Confusão no uso do verbo "implicar" no sentido de "ocasionar" ou "provocar".

Com esse sentido, "implicar" não pede preposição, embora seja comum o uso equivocado da preposição em:

O atraso no pagamento implicou em multa.
O recomendável é: "O atraso no pagamento implicou multa."

ENQUANTO = COMO
A conjunção "enquanto" é usada quando se deseja indicar noção de tempo:

Enquanto trabalhávamos, havia pessoas brincando.

Não podemos empregá-la em lugar da conjunção "como":
Fulano, enquanto diretor, tem de dar o exemplo.
Correto: Fulano, como diretor, tem de dar o exemplo.

Pronto! Agora já identificamos a quantidade de erros que cometíamos diariamente achando que estávamos acertando. Coloquemos esse aprendizado em prática, ok!